POSTAGENS

"Você pode sonhar acordado, pode acordar de um sonho ou pode viver um sonho na realidade de nossas idéias e conceitos." Daniel Cavalcanti Fjorten MKT e Coaching

Seminário Filadélfia


TEOLOGIA PRÁTICA



BACHAREL EM TEOLOGIA

HOMILÉTICA













ÍNDICE






Introdução 3

A Classificação Dos Sermões 5

Partes Do Sermão 9

Ilustrações E Figuras De Linguagem 11

Formas De Apresentação Do Sermão 13

O Pregador 14

Esboço De Sermões 18
































INTRODUÇÃO

Homilética é a ciência que se ocupa com a pregação cristã e, de modo particular, com o sermão proferido no culto, no seio da comunidade reunida.

O termo vem da palavra grega HEHOMILIA.

O verbo HOMILEIN era usado pelos gregos sofistas para expressar o sentido de “relacionar-se, conversar”.

HEHOMILIA designa, especialmente no Novo Testamento, “o estar juntos, o relacionar-se”, e, nos primeiros séculos da Era Cristã, o termo passou a ser usado para denominar a “arte de pregar sermão”.

Daí deriva o sentido “Homilética” e suas formas de expressão. Desde então e muito cedo, a Homilética passou a fazer parte da teologia prática.

Sua tarefa não se limita apenas a princípios teóricos, mas concentra-se grandemente no treinamento prático.
a) Objetivo primordial
O objetivo principal da homilética desde seu remoto princípio foi orientar os pregadores na dissertação de suas prédicas e, ao mesmo tempo, fazer que os mesmos adquiram princípios gerais corretos e despertá-los a terem idéia dos erros e falhas que os mesmos em geral cometem.

b) A Homilética e a Eloquência
A missão principal da homilética é conservar o pregador (pregador aqui tem sentido abrangente – inclui pessoas de ambos os sexos) na rota traçada pelo Espírito Santo. Ela ensina, onde (e como) se deve começar e terminar o sermão. O sermão tem por finalidade convencer os ouvintes, seja no campo político, forense, social e religioso. Por esta razão a homilética encontra-se ligada diretamente à eloquência.
A eloquência é a capacidade intelectual de convencer pela palavra. As palavras esclarecem, orientam e movem as pessoas. O orador que consegue mover as pessoas, persuadindo-as a aceitar suas idéias, é eloqüente, pois a eloquência é a capacidade de convencer pela palavra (At 18.24b).

c) Como podemos convencer
Existem várias maneiras de persuadirmos ou convencermos alguém a seguir nossa orientação:

  • Pela força moral (princípios e doutrinas) – regras fundamentais;
  • Pela força social (costumes, normas e leis) – o direito;
  • Pela força física (braços e armas) – a guerra;
  • Pela força pessoal (exemplo) – influência psicológica;
  • Pela força verbal (falada ou isenta) – retórica; e,
  • Pela força divina (atuação do Espírito Santo) – Ele “...convence...”.


Jesus e a Homilética


No ministério de Cristo, a homilética ocupou lugar central no que diz respeito a sua propagação plena. Embora fortemente ousado a dar primazia a outros métodos de alvidar o povo, Jesus “veio pregando” (Mc 1.14). Na sinagoga de Nazaré, o Mestre descreveu a si mesmo como divinamente enviado “para evangelizar os pobres... a pregar a liberdade aos cativos... a anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19).

A pregação de Jesus continha todo o sabor da bondade divina: era um clamor insistente por sua compaixão, e poderoso por sua urgência. A pregação direta é, sem dúvida, um convite à consciência, à razão, à imaginação e aos sentimentos, mediante a declaração da verdade e da graça de Deus, pois produz um efeito mais urgente e eficaz.


O Valor da Homilética

A homilética contribui, no sentido geral, na propagação da Palavra de Deus. Duas coisas, contudo, influenciaram grandemente a pregação cristã, levando-a para formas retóricas.

a) A primeira vantagem
A primeira vantagem foi a disseminação do Evangelho entre as nações gentílicas, em cujo seio as tradições e formas judaicas eram pouco conhecidas. Basta lembrarmos da crítica que de Paulo fizeram alguns coríntios, e como se deliciavam em ouvir Apolo, por ser “eloqüente e poderoso nas Escrituras”.

b) A segunda vantagem
A segunda coisa que influi foi a conversão de homens que já tinham sido treinados na retórica. Muitos deles, dia-a-dia, se tornavam pregadores, e naturalmente usavam seus dotes retóricos na proclamação do Evangelho.


A Origem da Homilética

A homilética propriamente dita nasceu muito cedo na história humana, embora não como termo designativo “homilétikos” (arte de pregar sermão) e “homilia” (arte de falar elegantemente na oratória eclesiástica), mas como oratória pictográfica (sistema primitivo de escrita no qual as idéias são expressas por meio de desenhos das coisas ou figuras simbólicas).

Ela surgiu na Mesopotâmia há mais de 3000 anos a.C., para auxiliar à necessidade que os sacerdotes tinham de prestar contas dos recebimentos e gastos às corporações a que pertenciam e faziam suas prédicas em defesa da existência miraculosa dos deuses do paganismo.

O sistema sumeriano viria a ser o protótipo (primeiro tipo ou exemplo) de outros importantes sistemas de escrita, como o egípcio, por exemplo.

a) Como termo designativo
Entretanto, homilética como termo designativo com suas técnicas, sistematização e adaptação às habilidades humanas, nasceu entre os gregos com o nome de oratória, e, finalmente, para o mundo religioso com o nome de homilética.
  • A retórica e a oratória tornaram-se sinônimos para identificar o discurso persuasivo (profano); e,
  • A homilética, entretanto, passou a identificar o discurso sacro (religioso).

b) A partir do IV século d.C.
A partir desta época os pregadores cristãos começaram a estruturar suas mensagens, seguindo as técnicas da retórica grega e da oratória romana. Com efeito, porém, desde o primeiro século da Era Cristã, esta influência estrutural da homilética já começava a ser sentida no seio do Cristianismo. Não é de se surpreender, portanto, que a maioria dos teólogos cristãos primitivos compunha-se dos que aceitavam as teorias gregas e romanas, pois muitos deles eram filósofos neoplatônicos convertidos ao Cristianismo ou estavam sob a influência dessas idéias (conforme foi o caso de Justino Mártir, de Clemente de Alexandria, de Orígenes, de Agostinho, de Ambrósio e muitos outros).


a classificação dos sermões

Definição Geral


Há muitos tipos de sermões e vários meios de classificá-los. Alguns mestres de oratória classificam os sermões de acordo com o conteúdo ou assunto; outros, segundo a estrutura, e ainda outros quanto ao método usado na dissertação da mensagem.

Então, os sermões encontram-se classificados assim:

  • Sermão de natureza homiliasta
  • Temático ou tópico
  • Textual
  • Expositivo

  • Sermão inferencial
  • Ilativo

  • Sermão extemporâneo
  • Improvisado

  • Sermão especial
  • Casamentos
  • Aniversários, Bodas, etc.
  • Acadêmico, Formatura, etc.
  • Funeral
  • Criança
  • Palestras para outros eventos especiais.

Os sermões da primeira categoria (acima) são de estrutura homilética propriamente dita, pois prendem-se, em sua organização, tanto esquelética quanto de fundo, ao texto, valendo-se dos recursos naturais que ele oferece. São os temáticos, textuais e expositivos.

a) Sermões Temáticos
Esta espécie de sermão é chamada também sermão tópico ou sermão do assunto. A divisão deriva-se do tema ou assunto apresentado e é independente do texto. Neste tipo de sermão, o texto pode fornecer o pensamento para o assunto de que se vai tratar. No sentido técnico, o sermão tópico é aquele que deve sua forma ao desenvolvimento da verdade que está em volta do tema.

O pregador pode exercer sua capacidade analítica e imaginativa, para usar diferentes modos de dividir o assunto que deseja apresentar. O sermão temático envolve criatividade e versatilidade da parte do pregador.

Esta forma oferece algumas vantagens:

  • Dá maior unidade ao sermão;
  • Dá maior campo de ação para desenvolver o tema; e,
  • Adestra a mente do pregador na análise lógica.

Saber conduzir um sermão ao seu ponto culminante exige do pregador muita habilidade no falar; exige discernimento e sabedoria. Toda idéia abstrata deve ter soluções concretas, através de ilustrações variadas adquiridas no campo de conhecimentos gerais.

Um exemplo de sermão, apresentando apenas os pontos principais.
Tema: O Evangelho da Salvação
Texto: Rm 1.16
Introdução:
  1. A fonte do Evangelho (o que é ?)
  2. A razão do Evangelho (por quê ?)
  3. A imanência do Evangelho (como ?)
  4. As bênçãos do Evangelho (que então ?)
Conclusão:

b) Sermões Textuais
Aqui, o plano do sermão é tirado do texto. Suas divisões são encontradas nas próprias palavras escolhidas para basear o sermão. Consiste em selecionar alguns versículos, um versículo, ou mesmo uma parte de um versículo como texto.

As divisões do sermão textual podem ser:

  • Divisão natural;
  • Divisão analítica; e,
  • Divisão sintética.

  1. Divisão Natural
Este tipo de divisão é encontrado no próprio texto. A distinção das idéias está no texto e apenas deve ser posta em destaque. Não é preciso nenhum esforço para descobrir a divisão natural num texto bíblico, visto que ali ela é sugerida. Este tipo de divisão permite ao pregador usar as próprias palavras do texto. Pode também usar uma só palavra.
Exemplos: 1 Co 13.13 apresenta três divisões naturais, cujo tema tirado do próprio texto fica a critério do pregador:
Primeira divisão:
Segunda divisão: Esperança
Terceira divisão: Amor
Do mesmo modo podem fornecer idéias: Is 9.6; 1 Jo 2.16; Jo 11.35; e outros.

2) Divisão Analítica
Este tipo de divisão baseia-se em perguntas: Quem? Que? Quando? Por que? Como? e, Onde? O tema do sermão textual analítico é tirado da idéia geral do texto. As melhores divisões são formadas pelas partes principais do texto e apresentadas na mesma ordem em que ali aparecem: 1Pe 2.9; Ef 5.20; Mt 6.33.

Exemplo dos pontos principais:
Tema: O arrependimento do filho pródigo
Texto: Lc 15.17-24
  1. Reconheceu seu estado perdido
  2. Resolveu voltar ao lar
  3. Confessou seu pecado
  4. Foi recolhido e perdoado
  5. Reconquistou seus direitos perdidos.

3) Divisão Sintética
A divisão sintética dá ao pregador o direito de organizar seu esboço sem se preocupar com a ordem das partes do texto.

Tanto a ordem das partes do texto quanto o tema podem ser mudados pelo pregador como melhor lhe convier. Enquanto as divisões natural e analítica não podem ser mudadas, a divisão sintética pode: o pregador tem a faculdade de adaptar cada divisão na ordem que desejar, sem se prender à ordem cronológica. A palavra sintética é relativa à síntese, ao resumo. O pregador pode sintetizar ou resumir as partes do texto.

Exemplo: Mc 6.34-38
  1. Visão – vv. 34, 38
  2. Compaixão – v 35
  3. Provisão – v 37.

c) Sermões Expositivos
O sermão expositivo está diretamente ligado ao sermão textual, com a diferença de que o desenvolvimento é feito sob as regras da exegese bíblica, e não abrange um só versículo, mas uma passagem, um capítulo, vários capítulos, ou mesmo um livro inteiro.

O sermão expositivo é o que faz a exegese do texto escolhido. É o desenvolvimento de uma verdade contida em uma passagem bíblica. É um método que exige estudo e tempo da parte predicante na preparação do que vai expor. A palavra expor deriva de duas outras, do latim – “ex” e “pono”. O prefixo “ex” significa fora e “pono” quer dizer colocar. Objetivamente, um sermão expositivo significa colocar fora, mostrar, exibir uma verdade contida num determinado texto das Escrituras.

O sermão expositivo é primordialmente bíblico, porque se ocupa em interpretar, literal ou figurativamente, a passagem ou o texto bíblico em estudo. O método lógico é o meio utilizado para formar as suas divisões. James D. Grane lhe dá a seguinte definição: “Sermão expositivo é aquele cujo tema é encontrado diretamente no texto, sendo seu desenvolvimento feito com material que possua uma reta interpretação e tenha um propósito que se harmonize com o significado original do texto”.

Alguns conselhos úteis quanto ao uso de sermões expositivos podem contribuir para uma compreensão mais ampla desse engenhoso tipo de pregação:

  1. Não fugir do texto: ficar nele, explicá-lo;
  2. Ser prático na aplicação da passagem exposta;
  3. Estudar plenamente o texto: estudar cada versículo, cada frase, cada palavra!;
  4. Evitar a monotonia. Escolher textos de diferentes partes das Escrituras;
  5. Cultivar a meditação e a oração; e,
  6. Cultivar a leitura sistemática da Bíblia.

Exemplo de sermão expositivo tirado de um capítulo da Bíblia:

Tema: Cristo, o Senhor
Capítulo 1 de Colossenses

  1. Saudação – 1.1-12
  1. saudação inicial de Paulo – 1.1-2
  2. ação de graças – 1.3-8
  3. intercessão pelos Colossenses – 1.9-120

  1. Cristo, o Senhor pleno – 1.13-23
  1. Senhor da redenção – 1.13-14
  2. Senhor da criação – 1.15-17
  3. Senhor da Igreja Universal – 1.18-20

  1. Cristo, o Senhor do ministério de Paulo – 1.24-29
  1. um ministério de sofrimento – 1.24
  2. um ministério de serviço – 1.25-27
  3. um ministério pastoral – 1.28
  4. um ministério de responsabilidade – 1.29

Este é o exemplo de um capítulo exposto, mas pode-se tomar parte de um capítulo, ou até um livro. O comentário dessas divisões tem de ser exegético, isto é, a passagem deve ser interpretada à luz das Escrituras.









PARTES DO SERMÃO

Um sermão bem elaborado quanto ao seu conteúdo, apresentação e compreensão possui basicamente seis partes: texto, título, tema, introdução ou exórdio, desenvolvimento ou argumentação e conclusão ou peroração.

Texto
O Texto, ou a porção, refere-se à passagem bíblica em síntese ou no seu todo, usado pelo pregador para fundamentação do sermão. No sentido universal, o texto passou a significar todo o trecho lido pelo pregador, que pode ir de uma linha até um livro inteiro.


Título do Sermão

É importante não confundir o título com tema ou assunto, embora sejam parentes próximos. O título é o “nome” do sermão, e precisa despertar no ouvinte atração, interesse e compreensão. O título deve conter palavra ou expressão chave que indique o rumo do sermão. Pode ser de forma afirmativa, imperativa ou interrogativa; bom é que constitua frase para maior clareza.


Tema do Sermão
O tema é a segunda parte do sermão e vem depois do título, pela ordem correta. É a síntese do assunto em discussão. Vem de uma raiz grega, “thema”, que significa ponho, coloco, guardo, deposito, trazendo assim a idéia de algo que está dentro, ou no meio de alguma coisa.

A função do tema é sintetizar o assunto e personificá-lo. Por isso, o tema é o nome do assunto que vamos tratar ou a síntese do conjunto deles, enquanto que o assunto (corpo do sermão propriamente dito), vai ser a argumentação (ou conteúdo do tema).

Assim, o tema é um embelezamento do assunto. Por exemplo, se o título for “condições para o crescimento na graça”, o tema do sermão pode ser: “Como crescer na graça” ou “Amadurecendo na estatura espiritual”.


Introdução

É o prenúncio do que se pretende dizer, e deve estar intimamente ligado ao pensamento central do sermão, não podendo desviar-se do texto. Na introdução estão implícitas as idéias básicas do tema, assunto e texto. Deve ser previamente preparado. A improvisação pode causar má impressão aos ouvintes pela imprecisão dos pensamentos, fraqueza de idéias e, às vezes, falta de propósito. A introdução deve ser proferida com clareza e segurança.

Vejamos as principais características da introdução:

  • A introdução deve seguir o mesmo estilo do sermão para que haja mais harmonia entre as partes;
  • Precisa ser breve, para evitar o prognóstico de um longo sermão, o que, por certo, levará os ouvintes ao enfado ou cansaço antecipado;
  • Deve-se evitar o enunciado do termo que aparecerá no corpo do sermão para que, na repetição desse elemento, o ouvinte não perca o interesse pela mensagem. A repetição pode fazer o ouvinte desviar a atenção, cuidando tratar-se de assunto já focalizado pelo pregador e, em conseqüência, perder parte preciosa da pregação;
  • Evite o pregador prometer mais do que o sermão é capaz de oferecer – fato comum, aliás;
  • O exórdio, que já é sermão, indica também o estilo do orador. Deve ser pronunciado solenemente para despertar no ouvinte o entusiasmo pela mensagem. Um estilo frouxo na introdução tira o interesse do auditório. Reavivá-lo depois é muito difícil. Introdução apresentada com desânimo indica fraca mensagem. Entusiasmar o auditório já no exórdio é mais eficaz, e o pregador pode perfeitamente evitar a impressão de falta de eloquência;
  • Uma introdução textual, mais apropriada para sermão bíblico, deve estar fundamentada na Palavra de Deus;
  • Uma introdução contextual começa com os antecedentes ou com o episódio logo em seguida ao texto. Ver João 2.1-11. No antecedente temos a conversão dos primeiros discípulos; no subsequente encontramos a purificação do templo. Ambos servem a interpretações do texto-base;
  • Há sermões que exigem descrições dramáticas em sua introdução, e quando isto acontece, o pregador deve viver a situação, para fazer o ouvinte sentir a verdade logo de início;
  • A introdução pode ser apresentada através de tópico que seja do interesse da congregação ou de ouvintes não-crentes que o pregador sabe estarem presentes no culto;
  • Pode ser apresentada por meio de uma boa ilustração (tirada ou não da Bíblia);
  • Para a introdução, uma impressionante manchete de jornal é muito útil;
  • A introdução, como já foi dito, deve ser curta, mas não abrupta; e,
  • Finalmente, a introdução deve ser bem apropriada e não vulgar; cordial e não chocante; jamais com pedidos de desculpas.


Desenvolvimento

O desenvolvimento é o corpo do sermão. É a parte dividida em pontos e subpontos. O sermão abrange tanto a introdução quanto a conclusão, mas como são partes discutidas separadamente, só podemos a elas nos referir quando estivermos no corpo propriamente dito. Para isso é necessário um plano, pois é aí que será discutido o assunto apenas mencionado na introdução. No desenvolvimento é que se vão apresentadas as provas da verdade que se pretende ensinar.

A divisão é feita no desenvolvimento. Devemos lembrar a necessidade de um plano bem elaborado na divisão para evitar fracasso. Broadus diz que a relação das divisões entre si deve ser diferente e simétrica. Diz que é falta comum incluir-se uma divisão na outra, ou parte do que corresponde a uma, na outra. Também às vezes são mencionadas como divisões, idéias não diferentes que deveriam figurar apenas como subdivisão (Tratado sobre a Pregação).

Antigamente era normal anunciar-se minuciosamente as partes e divisões do sermão. Hoje, ainda há pregadores que costumam fazer assim. No entanto, isso só se faz necessário em conferências, quando se pretende abordar assunto difícil; e sempre com objetivos didáticos.

A passagem de uma parte para outra deve ser sutil. As divisões devem adaptar-se perfeitamente uma à outra, em desenvolvimento natural. Se a transição parecer difícil é sinal de que há defeito no plano de elaboração.


Conclusão

Conclusão é o desfecho final, geralmente com resumo e aplicação da mensagem. Deve ser breve. Quando longa, dá a impressão de reinício do sermão ou começo de outro. É prejudicial à interpretação da mensagem, mais ainda que uma longa introdução.

  • Evite as ameaças de conclusão;
  • Certos chavões dão a entender uma conclusão, o que na realidade não está acontecendo. É o fim da mensagem que não se finda, pois o pregador fica relutando por sua continuação. Isso tira os efeitos desejados pelo pregador e desgosta o auditório;
  • A conclusão bem planejada é breve e segura;
  • Bem pensada, facilita a aplicação;
  • Faça a conclusão através de apelo veemente para a aceitação da verdade; e,
  • É possível concluir o sermão pela recapitulação das suas partes principais, e com aplicação, esta objetiva e prática. Para isso, o pregador deve preparar o auditório com bastante habilidade, sem imprimir emoção não realmente experimentada.

ilustrações e figuras de linguagem

A ilustração embeleza o estilo e facilita a compreensão da mensagem. O próprio Deus fez conhecidas muitas verdades da fé cristã através de ilustrações, como a cruz, o batismo, a ceia do SENHOR. O Senhor Jesus Cristo utilizou-se de situações da vida diária para revelar verdades divinas. Por sua utilidade é que a encontramos em toda a oratória, sacra ou profana. A ilustração, além de clarear a mente do ouvinte, desperta a atenção e quebra a monotonia.


Vantagens

Sendo a mensagem condutora da verdade divina, e a ilustração elemento indispensável para fazer penetrá-la no coração, sua utilização ajuda o pregador a uma tomada de ânimo ou de nova postura no transcorrer do sermão, evitando, por conseguinte, o fracasso.

  1. Ajuda na comunicação. Quando bem elaborada, contribui para implantar no espírito do ouvinte a convicção das verdades apresentadas.

  1. Tem validade probatória. O pregador argumenta, apresenta provas de suas idéias, usando, se for o caso, a dialética; depois, utiliza-se da ilustração que torne mais claras e objetivas as provas apresentadas.

  1. Serve de ornamento ao sermão. Como elemento retórico, a ilustração contribui grandemente para que o sermão agrade ao ouvinte. O sermão deve agradar, mesmo quando exortativo.

  1. Pode despertar emoções. Quantas vezes pessoas choram e glorificam a Deus após ouvirem uma boa e adequada ilustração!

  1. Precisa ser bem escolhida. Uma ilustração bem escolhida e convenientemente aplicada permite ao ouvinte reter a mensagem.


Principais Figuras de Linguagem

Entre outras, destacam-se as seguintes:

  1. Comparação ou símile. Consiste em comparar uma coisa a outra. Jesus usou este critério: “O reino dos céus é semelhante a...”. (Mt 13.44 etc.).

  1. Metáfora. Consiste num termo usado para designar o sentido natural de uma palavra para substituir outra, em relação de semelhança subentendida. Não se deve, entretanto, confundir metáfora com a comparação no sentido primário do termo.
Exemplos:
* Nero foi cruel como um monstro (comparação)
* Nero foi um monstro (metáfora).

  1. Metonímia. Esta figura consiste em tomar a parte pelo todo, e vice-versa; o geral pelo particular e o particular pelo geral.
Exemplos:
* “Raquel chora seus filhos” (representando os filhos de Israel)
* Prega a Israel” (ao povo, não a Jacó)

  1. Hipérbole. Esta figura engrandece ou diminui exageradamente o valor real das coisas ou idéias. O apóstolo João utilizou-a (Jo 21.25).

  1. Parábola. É uma narração alegórica que encerra doutrina moral.

  1. Fábula. É uma narração alegórica, cujos personagens geralmente são animais, e encerra sentido moral. Por exemplo, “O Lobo e o Cordeiro”.

  1. Alegoria. Indica uma figura de linguagem usada na exposição de um pensamento sob forma figurada. Entretanto, um símbolo, quando visto no seu desenvolvimento particularizado, e, especialmente quando toma um caráter narrativo, passa a ser alegoria.

  1. Anedota. É conto sucinto, rápido, de uma particularidade histórica ou aventura curiosa e divertida. A anedota precisa ser bem escolhida.

  1. Prosopopéia. É a figura de retórica onde falam pessoas ausentes ou mortos, e coisas inanimadas. Encontramos esta figura no Salmo 19.1; Lucas 19.40.

  1. Episódio biográfico. É um tipo muito utilizado para ilustrar sermões. No entanto, bom é que o pregador faça criteriosa seleção dos fatos e saiba aplicá-los bem. Dê-se preferência àqueles que atestam providências de Deus!


Fontes de Consulta

Grande é o número de fontes de ilustrações. No entanto, é a Bíblia Sagrada a principal fonte, uma vez que é muito rica em fatos e situações que se prestam a ilustrar todos os tipos de sermões.

Possui a Bíblia inesgotável manancial de fatos, histórias lindas, imagens exuberantes, metáforas, parábolas, aplicáveis ao discurso sacro. Encontramos também, nas Escrituras, poemas, diálogos, dramas, romances, discursos e máximas muito úteis. Todas atividades humanas são descritas no Livro Sagrado.

Vejamos agora algumas outras fontes a serem pesquisadas:

  • Boa literatura (tanto secular, como de cunho evangélico);
  • Obras de ficção;
  • Poesias;
  • Biografias;
  • Obras de arte;
  • Fábulas;
  • A natureza;
  • A História;
  • As Ciências;
  • Jornais, revistas e outros periódicos.




FORMAS DE APRESENTAÇÃO DO SERMÃO

Sempre, uma vez por outra, escutamos esta pergunta: “Qual a melhor forma de apresentar o sermão: ler, recitá-lo ou pregá-lo de improviso?”

No caso de grupos especiais, tais como os surdos-mudos, etc., adota-se as mímicas (arte de exprimir o pensamento por meio de gestos). Entretanto, tratando-se de pessoas normais, pode-se, dependendo das circunstâncias, adotar estes métodos:


a) Ler o sermão
Esta maneira de apresentar um discurso tem grande valor e não deixa de ser válida na oratória, quando se trata de um discurso pronunciado numa assembléia, num parlamento, num fórum, em solenidades públicas ou privadas. Entretanto, tratando-se de homilia sagrada, torna-se monótono e cansativo. A leitura, por mais bem feita, não transmite empolgação e vibração nos ouvintes.

b) Recitar o sermão
Este método de se apresentar o sermão pode trazer vantagens e desvantagens para o pregador.

Vantagem, porque recitar, ou declamar sua própria composição, daria ao sermão uma apresentação tecnicamente perfeita. Nesse caso, também a memória do pregador desenvolve com domínio e coordenação. E, na verdade, a melhoria real da memória é coisa de grande valor.

Desvantagem, porque mesmo que seja bem declamado, não deixa de tornar-se um sermão um pouco robotizado. A mensagem fica completamente mecanizada e o pregador estático. Há também o perigo da memória falhar, e assim naufragar.

c) Falar de improviso
Neste sentido, devemos ter em mente dois pontos importantes:

Primeiro: Falar de improviso não significa que, de todo, o pregador não seja auxiliado (ou orientado) por um pequeno esboço, ou anotações; e sim, que sua mensagem veio momentaneamente direta de Deus, foi colocada no papel (em forma tópica) e, através dos olhos, retransmitida novamente para a mente onde será ampliada. De acordo com o que entendo e até onde sei, este é o melhor método de apresentação do sermão.

Segundo: Falar, mesmo de improviso, no mais lato sentido da palavra. Nesse caso, o pregador não se vale de nenhum auxílio externo.

d) A versatilidade de Paulo
Parece que segundo a luz do contexto parafraseante, o apóstolo Paulo valia-se do método mais apropriado para o momento. Então ele diz:

  • Sermão lido “A palavra está junto de ti...” (Rm 10.8a);
  • Sermão recitado “A palavra está na tua boca...”(Rm 10.8b);
  • Sermão esboçado – “A palavra está no teu coração...” (Rm 10.8c);
  • Sermão improvisado – “Orando por mim... para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra..."”(Ef 6.19).



o pregador

Pregador é alguém que recebe a mensagem de Deus e a entrega aos homens. É o que trata com Deus dos interesses dos homens e , com os homens, dos interesses de Deus. O pregador não é um entregador de recados. É um porta-voz da mensagem de Deus aos homens. O Novo Testamento diz claramente que o crente é uma testemunha de Cristo no sentido de fazer conhecidos o poder de Jesus. O Livro Sagrado não diz que todos os crentes seriam pregadores e ensinadores: só alguns o são. Na realidade, pregar e ensinar são dois ministérios importantes, destacados no Novo Testamento. A habilidade de pregar, ou de ensinar, em público é um Dom de Deus.


Os Requisitos do Pregador

  1. Experiência com a obra regeneradora do Espírito Santo
Como poderá alguém pregar a mensagem de salvação sem ser regenerado? Mas há os profissionais, os falsos pregadores que nunca nasceram de novo. Pregam por interesse próprio. Não basta ter curso de teologia, nem conhecer oratória, nem saber as regras de homilética para ser um verdadeiro pregador do Evangelho. É preciso ter “nascido de novo”.

  1. Chamada de Deus
Dois tipos de chamadas aparecem na Bíblia – a coletiva e a individual – a chamada coletiva abrange todos os crentes em Cristo (At 1.8). Já na chamada individual, o Espírito Santo fala diretamente a determinada pessoa e a separa para o trabalho que Deus quer que ela faça. Entre esses trabalhos está o ministério da pregação, que a Bíblia chama de “o ministério da palavra” (Cl 4.17; 2ªTm 4.5; At 6.4).

  1. Íntima comunhão com Deus
Um ardente amor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo manterá o pregador ligado com o Céu e “as coisas que são de cima” (Cl 33.1). Só assim conseguirá levar uma vida de oração, consagração e fé, procedimentos indispensáveis a um homem de Deus. Haja em seu interior a chama divinal, grande amor pelas almas e profundo desejo de conhecer cada vez melhor a Palavra de Deus, que é a mensagem a ser pregada para alimentar tanto a sua alma quanto a de seus ouvintes (1ªTm 4.16).

  1. Homem de oração
A oração deve fazer parte da vida de todo crente, qualquer que seja sua posição na igreja. O que dizer, então, de um pregador que não ora? O pregador, portanto, deve ser homem de oração. A oração conduz-nos a Deus por Jesus Cristo, e através dela apresentamos ao Senhor nossos problemas, os membros da igreja, as almas dos homens pelas quais estamos trabalhando e o auditório no qual vamos pregar. É a oração que ajuda na semeadura da Palavra, no seu nascimento, crescimento e frutificação.

  1. Ser cheio do Espírito Santo
Era a preocupação da igreja primitiva. O Senhor Jesus reteve a ação dos discípulos uns dias (entre a ressurreição e o dia de Pentecostes) para que fossem revestidos do poder (Lc 24.49; At 1.8; 2.4). Ao batismo no Espírito Santo seguem-se os dons espirituais, virtudes necessárias ao bom desempenho do ministério da Palavra.

  1. Dons naturais
O pregador precisa ter raciocínio claro, rápido, vigoroso e lógico. Sua imaginação deve ser fecunda e criadora. Sua voz, clara e harmoniosa (se possível cheia). A educação da voz, para que seja evitada muita oscilação na tonalidade, depende de cuidado.

  1. Coragem
O melhor exemplo de coragem dá-nos o Senhor Jesus, seguido de João Batista, Estevão e Paulo. Coragem não é estupidez ou vulgar valentia. É a capacidade de enfrentar o perigo, confiante que Deus o ajudará. Seja corajoso e prudente como Davi. Corajoso, não presunçoso ou arrogante.

  1. Boa vontade
Não pode ser o pregador preguiçoso. Boa vontade é a disposição de ânimo, a prontidão para servir e servir melhor; é a espontaneidade em servir e em mudar, quando isto se fizer necessário.

  1. Descanso
Evitar pregar quando estiver cansado. Aliás, evitar o cansaço próprio é evitar o cansaço do auditório, além de ajudar a saúde do pregador. O dirigente da reunião, demonstrando cansaço já traz monotonia ao culto, imagine o pregador! O culto monótono provoca sono e desinteresse no auditório, e o louvor a Deus fica prejudicado.

  1. Cultura
O pregador precisa ter cultura geral sólida. Não se pense em delimitar o campo ou a área de conhecimento do pregador. Além da cultura específica – a teológica em seus muitos ramos – precisa ter conhecimento:

  • De psicologia, para melhor compreender o comportamento humano;
  • De filosofia, para ter uma visão mais ampla das várias correntes do pensamento humano;
  • De sociologia, para compreender os problemas que afligem a humanidade;
  • De direito, para que possa orientar suas funções ministeriais e aconselhar nas comunidades cristãs, valendo-se dos direitos constitucionais, sem avançar em campos alheios;
  • De geografia, para localizar no espaço certos fatos relacionados com vários grupos humanos, especialmente o povo judeu; e,
  • De história, a fim de examinar os acontecimentos sociais, econômicos, políticos em confronto com as narrativas bíblicas ou que com elas tenham afinidade.

  1. Habilidade
O pregador precisa ser suficientemente hábil em todas as suas atividades. Todos têm certas habilidades que podem ser desenvolvidas com algum esforço. O pregador precisa ser engenhoso e, sempre que possível, original, tanto na formulação de idéias e pensamentos como na sua omissão.

  1. Humildade
Não seja o pregador excessivamente humilde. Precisa crer no sucesso de seu trabalho. Ao assumir a tribuna, não pense ele ser o menor nem ter o fracasso como seu aliado. Deve, sim, pensar que estão ali alguns maiores e outros menores que ele, e que mesmo para os maiores o Espírito Santo tem uma mensagem. O excesso de humildade traz covardia e conseqüente insucesso.




O Pregador e seu Comportamento Ético

a) Como usar o corpo e a voz
Um fator bastante negativo para o pregador, em relação aos ouvintes, é a sua maneira extravagante de se portar no púlpito, ou em qualquer outro lugar ocupado por ele durante a pregação. Paulo recomendava aos seus leitores que evitassem tal prática e ação (1Co 10.32). O pregador deve vencer o mal, em vez de procurar um meio de esconder suas manifestações externas, como gestos grosseiros e deselegantes. Para esse fim, a prática é um grande remédio, e um tratamento mais poderoso é a fé em Deus.

b) Os maus hábitos
Spurgeon fala-nos destes maus hábitos e nos adverte contra eles. Ele afirma ter conhecido um pregador que, quando perdia a pronúncia correta de uma palavra, invariavelmente, esfregava com cuidado o canto interno do olho esquerdo, com o dedo médio da mão direita.

Ora, freqüentemente, o hábito pode levar os pregadores a movimentos singulares, e estes ficam tão apegados que não podem falar sem eles.

Alguns mexem num botão do paletó, ou brincam com os dedos, outros ajeitam o nó da gravata dezenas de vezes, outros ainda dão chutes com os dois pés, segue-se uma lista enorme de hábitos grotescos.

c) A postura do pregador
A postura do pregador deve ser natural, mas sua natureza não deve ser do tipo grosseiro; deve ser uma natureza bem educada e elegante.

Deve, o pregador, evitar especialmente aquelas posições nada naturais num orador, por obstruírem os órgãos de comunicação e por comprimirem os pulmões.

Quanto a posição correta, eis algumas dicas valiosas:

  • O corpo, todo nosso corpo fala quando nos comunicamos. A posição dos pés e das pernas, o movimento do tronco, dos braços, das mãos e dos dedos, a postura dos ombros, o balanço da cabeça, as contrações do semblante e a expressão do olhar, cada gesto possui um significado próprio, e encerra em si uma mensagem. Por esta e outras razões, deve o pregador usar o senso comum e não dificultar o seu falar, inclinando-se para a frente sobre a Bíblia ou sobre o púlpito, nem atirar a cabeça para trás, como se estivesse olhando um manuscrito no teto;

  • A posição da cabeça, John Wesley opina quanto esta parte, e diz: “A cabeça do orador não deve ser mantida muito para cima, nem comicamente lançada muito para a frente, nem deve descair e ficar pendendo, por assim dizer, sobre o peito, nem deve ficar inclinada para um lado ou para outro; mas deve ser mantida modesta e decentemente ereta, em seu estado de posição natural”;

  • O rosto, o semblante talvez seja a parte mais expressiva de todo o corpo. Funciona como uma espécie de tela, onde as imagens do nosso interior são apresentadas em todas as suas dimensões. O semblante trabalha também como indicador de coerência e de sinceridade das palavras. Deve mostrar exatamente aquilo que estamos dizendo. Se falamos de um assunto que deveria provocar tristeza, não podemos demonstrar uma fisionomia alegre ou indiferente...

  • Os olhos, representam o poder mais energético que a pessoa humana tem para influenciar outrem, e até mesmo para exercer influência sobre as demais pessoas que a rodeiam. As pessoas que usam meios e práticas associativas à palavra, não deixam de educar os olhos, para que, tendo mais facilidade de manter a sua autoridade, venham persuadir seus ouvintes; e,

  • Mexer com os ombros, o hábito de encolher, levantar e abaixar os ombros, chega a dominar pregadores. Certo número de homens têm ombros largos por natureza, e muitos outros mais parecem determinados a dar essa impressão, pois quando não têm algo de peso para transmitir, apoiam-se, elevando as costas. Quintiliano diz que “algumas pessoas levantam os ombros quando falam, mas isso é um erro na gesticulação”.





ESBOÇO DE SERMÕES

Sermão Temático
  1. Conforme já estudado, o sermão temático é assim chamado porque a divisão é tirada do tema do sermão;
  2. O desenvolvimento dos pontos principais é feito baseado no assunto do sermão. Ele não se baseia na escolha de um texto bíblico como o sermão textual;
  3. O tema pode surgir de várias fontes. Da leitura de uma porção bíblica, da leitura de um jornal, nas meditações, viajando, observando o mundo ao redor, etc.;
  4. Portanto, os pontos principais e seus subpontos, podem ser derivados de várias passagens da Bíblia, sem , contudo, obrigar o pregador prender-se a essas passagens; e,
  5. A idéia central do sermão está no tema, e daí, sua divisão pode ser enriquecida com pensamentos e passagens bíblicas.

Exemplo:
A Vitória que Vence o Mundo 1ªJo 5.4

Introdução: A Bíblia fala de três inimigos espirituais do crente que são a carne, o mundo e o diabo. Esses três inimigos combatem contra a vida espiritual do crente. Entre esses inimigos queremos destacar um deles: o mundo. A Bíblia fala de, pelo menos, três tipos de “mundo”: o mundo físico, o mundo cósmico e o mundo espiritual. Falaremos nesta mensagem do “mundo espiritual”.

I. O QUE É O MUNDO
  1. No grego, a palavra mundo é “kosmos”, isto é, um sistema de coisas.
  2. O Mundo, de que falamos, é um sistema espiritual que orienta os habitantes dele, a Terra.
  3. É um sistema governado pelo diabo, conforme diz a Palavra: “o mundo jaz no maligno”.

  1. O QUE OFERECE O MUNDO
  1. Uma paz fictícia
  1. nas filosofias e religiões
  2. na segurança dos armamentos
  3. paz política
  1. Uma alegria passageira
  2. Um prazer efêmero que destrói

III. A VITÓRIA QUE VENCE O MUNDO
  1. A nossa fé
  1. no sentido da convicção, crença
  2. na Palavra de Deus
  1. Está no testemunho do Filho de Deus (1Jo 5.10)
  2. O poder incontestável de uma convicção
  1. na Palavra de Deus
  2. na experiência pessoal

Conclusão: Não há nada capaz de destruir uma fé alicerçada em Deus e na experiência. Por isso devemos buscar essa fé e seremos vencedores.


Sermão Textual
  1. No tópico B da lição I, você estudou sobre os três modos de se dividir os sermões textuais. São as divisões: natural, analítica e sintética;
  2. O mais importante fato que o pregador precisa saber, é que a divisão dos pontos e subpontos do sermão textual é tirada do texto escolhido;
  3. A divisão natural é fornecida pelo próprio texto bíblico. A distinção entre um ponto e outro é percebida sem precisar maior esforço para descobri-la;
  4. A divisão analítica preocupa-se primeiro em achar o assunto que o texto contém. Depois, a divisão fica a critério do pregador, sem preocupar-se com a ordem do texto, podendo até modificá-la. O importante na divisão sintética do texto é achar o assunto que nele é tratado.

Por falta de espaço, daremos apenas o exemplo do sermão textual sintético, como segue:


Exemplo:
O Cântico de Davi 2Sm 22.1-7

Introdução: Davi foi, sem dúvida, o maior dos salmistas. No texto em destaque, ele oferece a Deus um cântico de ação de graças pelas vitórias alcançadas sobre seus inimigos. Davi sabia ser agradecido a Deus em todas as circunstâncias. O seu cântico é enriquecido com expressões que destacam a segurança do Senhor.

  1. SEGURANÇA DO SENHOR
  1. Rochedo (v. 2)
  2. Lugar forte (v. 2)
  3. Escudo (v. 3)
  4. Alto retiro (v. 3)
  5. Refúgio (v. 3)

  1. OS PERIGOS AMEAÇADORES
  1. “... todos os seus inimigos...” (v. 1)
  2. Violência (v. 3)
  3. Ondas de morte (v. 5)
  4. Torrentes de Belial (v. 5)
  5. Cordas do inferno (v. 6)
  6. Laços de morte (v. 6)

III. PREDICADOS DO SENHOR
  1. O Libertador (v. 2)
  2. A força da Salvação (v. 3)
  3. O Senhor dos Senhores (v. 4)
  4. “... o meu Deus ...” (v. 7)

Conclusão: Estamos sempre rodeados de inimigos, à espreita, para nos surpreender. Porém, o Senhor é o nosso Libertador e nada devemos temer. Ele é a nossa total segurança.


Sermão Expositivo
  1. Este tipo de sermão tem todos os seus pontos principais derivados da passagem central, tal como a divisão textual;
  2. Porém, a divisão expositiva difere da divisão textual. Ela se preocupa em expor de maneira mais minuciosa e profunda, a passagem bíblica escolhida;
  3. A divisão expositiva preocupa-se com detalhes de uma passagem bíblica; seus aspectos históricos e geográficos; seus aspectos pitorescos, bem como, linguagem, costumes, etc.;
  4. Um sermão expositivo pode ocupar um capítulo inteiro ou até um livro inteiro da Bíblia; e,
  5. A divisão deve obedecer aos mesmos princípios dos demais tipos de divisões. Deve haver ordem lógica e cronológica.


Exemplo:
O Crente na Batalha Espiritual Ef 6.10-20

Introdução: A vida cristã é uma batalha espiritual. No texto em estudo, o apóstolo Paulo conduz-nos para dentro de um campo de batalha. Não se trata de uma batalha comum, mas, espiritual, e requer armas espirituais. Como lutar e vencer, é apresentado pelo apóstolo.

I. PREPARAÇÃO PARA A BATALHA (6.10,11)
  1. Fortalecimento
  1. ninguém poderá lutar “enfraquecido”, por isso, o conselho é “fortalecei-vos”
  2. a fonte do fortalecimento espiritual é “no Senhor”

  1. Conhecimento
  1. o lutador crente deve conhecer a armadura de Deus, que é o equipamento pessoal de guerra;
  2. a palavra “revesti-vos” (v. 11), dá a idéia de vestir de novo, ou vestir sobre outra vestimenta; e,
  3. não bastam nossos vestidos próprios. São incapazes. É preciso “revestir-nos”.

  1. Capacitação (v. 11)
  1. sem a preparação para a guerra, não haverá vitória;
  2. essa capacitação é recebida na igreja, orando, estudando a Palavra, e exercitando; e,
  3. o instrutor da capacitação é o Espírito Santo.

II. O CAMPO DA BATALHA (6.11,12)
  1. O lugar de combate (v. 12)
  1. é espiritual “... nos lugares celestiais ...”
  2. não é um lugar geográfico, terreno

  1. Os inimigos a serem enfrentados (vv. 11,12)
  1. o diabo (v. 11)
  2. hostes espirituais da maldade (v. 12)

III. AS ARMAS ESPIRITUAIS DA BATALHA
  1. O imperativo da batalha (v. 13)
  1. “tomai toda a armadura de Deus”
  2. “ficai firmes” (v. 13)

  1. A designação das armas (vv. 14-17)
  1. o cinto da Verdade (v. 14)
  2. a couraça da Justiça (v. 14)
  3. calçados na preparação do Evangelho (v. 15)
  4. o escudo da Fé (v. 16)
  5. o capacete da Salvação (v. 17)
  6. a espada do Espírito (v. 17)

IV. PROVISÃO DA BATALHA (6.18,19)
  1. A oração na batalha (vv. 18, 19)
  2. Orando em todo o tempo (v. 18)
  3. Vigiando com perseverança (v. 18)
  4. A força da Palavra com confiança (vv. 19, 20)

Conclusão: Nesta passagem bíblica aprendemos que o crente está num campo de batalha espiritual, e, inevitavelmente, tem de lutar para ser vencedor. A certeza da vitória é dada aos que lutam, e não fogem.